Nós dizemos aqui dentro do JurisAI que o advogado não vai ser substituído por inteligência artificial. Na verdade, o advogado será substituído por outro advogado que utiliza inteligência artificial.
As novas tecnologias têm transformado inúmeros setores da sociedade, e o campo jurídico não poderia ficar imune a essa onda de inovação.
A aplicação da tecnologia no direito abriu portas para uma atuação mais dinâmica e eficaz dos profissionais da área, especialmente no tocante a elaboração de uma boa estratégia processual.
Em um mercado tão competitivo como o da advocacia, uma estratégia processual bem definida é um diferencial competitivo substancial, podendo significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso de uma demanda judicial e de um advogado ou escritório.
Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) se destaca como uma ferramenta poderosa em otimizar a tomada de decisões estratégicas.
Analisando uma quantidade grande de dados que seria impossível humanamente, a IA consegue fornecer detalhes valiosos e padrões que, muitas vezes, passam despercebidos ao olhar humano.
Para entender na prática o impacto dessa tecnologia, avançaremos pelos passos concretos que demonstram como a IA pode ser aplicada desde o primeiro contato com o cliente até o desenvolvimento e a implementação de uma estratégia processual refinada.
Passo 1 – Entendimento e coleta de informações durante a anamnese
A relação entre advogado e cliente se inicia no primeiro contato, geralmente por alguma demanda, seja contenciosa ou consultiva (para saber como entregar projetos consultivos com inteligência artificial, clique aqui e confira este artigo).
A partir daí, o profissional colhe as informações e dados iniciais. Dê uma atenção especial a esta parte, extraindo o máximo de insumos daquilo que o cliente te falar, para entender perfeitamente o caso e auxiliar na etapa de elaboração da estratégia processual.
Esta conversa inicial muitas vezes é chamada de anamnese – comparada à análise que um médico faz para saber todos os sintomas e um histórico detalhado daquele paciente, para poder dar um diagnóstico e prescrever o tratamento.
Assim como na medicina, a coleta detalhada e o entendimento profundo do “histórico” do caso são cruciais para o sucesso no diagnóstico e na estratégia jurídica.
Portanto, crie um ambiente de confiança entre você e o cliente, faça as perguntas certas (evitando as chamadas “perguntas fechadas”, que podem ser respondidas com “sim”, “não”, etc).
E, o mais importante, registre tudo detalhadamente. Este registro será utilizado dentro da inteligência artificial.
Passo 2: Preparação dos dados para análise da IA
De posse das anotações detalhadas do passo anterior, agora é necessária uma preparação desses dados antes de inseri-los em alguma inteligência artificial.
Como costumamos dizer para os nossos clientes, 51% da qualidade da resposta de uma IA depende da pergunta que é feita. Por isso, esta é uma etapa crítica, pois irá definir o quão precisa e útil será a estratégia processual fornecida pela inteligência artificial.
Aqui você deve resumir as extensas notas tomadas durante a anamnese. Para isso, você tem duas alternativas: use sua capacidade de síntese ou peça para uma inteligência artificial resumir para você.
Mas tome cuidado! Pedir para uma IA resumir só será verdadeiramente efetivo se você estiver utilizando alguma inteligência artificial que entenda o contexto jurídico e como um advogado trabalha, pois ela já fará uma análise pré-definida de quais pontos dessas anotações são relevantes para a prática advocatícia.
Inteligências generalistas, como o ChatGPT, Gemini e outras são muito limitadas nesse aspecto.
Por isso, a inteligência artificial que sempre indicamos para advogados é o JurisAI – uma IA feita para advogados e que pensa como um advogado pensa.
Passo 3: Utilização da inteligência artificial para análise de dados
Agora temos a utilização da IA propriamente dita para a análise dos dados que foram colhidos na etapa 1 e sintetizados na etapa 2!
Basta submeter os dados, seja no formato de texto corrido ou de tópicos, e pedir que a IA analise o caso! Nesta etapa você não precisa se preocupar se os dados estão em linguagem coloquial ou formal. Isso não influencia a análise da IA!
Ao enviar esses dados para o JurisAI, é possível buscar jurisprudências sobre aquele assunto, buscar o que dizem doutrinadores do Direito, pedir orientação legal, analisar riscos, brechas e oportunidades ou simplesmente simular casos…
O intuito aqui é integrar a tecnologia no processo legal e nas rotinas do escritório.
Fazendo isso, a tecnologia já terá fornecido um conjunto de estratégias que podem ser consideradas e avaliadas.
Contudo, é fundamental lembrar que a IA serve como uma ferramenta de apoio, e não substitui a decisão final e a supervisão do advogado, que deve analisar as sugestões da IA à luz da experiência e discernimento jurídico humano no Passo 4.
Passo 4: Extração de estratégias processuais pela IA
Nesta fase, a IA já processou os dados submetidos na etapa anterior e está pronta para fornecer detalhadamente uma estratégia para o caso.
Pelo fato de o JurisAI ser uma IA feita para advogados, ele consegue ir mais a fundo na estratégia processual e fornecer uma resposta com riqueza de detalhes e precisão jurídica muito grandes.
Você poderia, de posse das informações, pedir ao JurisAI da seguinte maneira:
“Com base na análise dos dados fornecidos, quais são as estratégias processuais recomendadas para o caso seguinte: [Descrição Resumida] Por favor, destaque as opções mais viáveis e suas respectivas probabilidades de sucesso, identifique potenciais riscos e forneça sugestões para abordagens alternativas.”
Lembrando que a inteligência artificial não substitui a inteligência humana. Após receber as sugestões, cabe ao advogado exercer seu julgamento profissional crítico para validar e adaptar essas estratégias ao contexto específico do caso.
Portanto, com a devolutiva da inteligência artificial em mãos, revise as estratégias sugeridas. Se possível, compare o que foi informado com casos parecidos que você já tenha atendido e, caso haja informações adicionais que tenham chegado a você posteriormente, submeta tudo à IA novamente e peça uma estratégia atualizada!
Passo 5 – Análise humana das estratégias propostas
Reiterando o que já foi dito anteriormente, aqui o advogado ou equipe jurídica realiza uma análise crítica das recomendações da IA para assegurar que elas se enquadram nos objetivos do cliente, no contexto legal específico do caso, e estão alinhadas com as nuances da prática jurídica.
Valide sob a luz da experiência da equipe do escritório e também submeta a estratégia à avaliação do próprio cliente!
Também é válido tomar as alternativas propostas pela IA e discutir com outro(s) profissional(is) qual poderia ser a mais adequada a essa situação em específico, ou então mesclar, dando o seu toque humano à estratégia dada pela inteligência artificial.
Tudo isso fará com que, ao final, tenha-se uma estratégia processual mais refinada e personalizada, evitando constrangimentos e aumentando as possibilidades de sucesso.
Embora seja uma ferramenta poderosa de análise, ainda não pode substituir a complexidade do raciocínio jurídico e o julgamento humano. Nem mesmo o JurisAI, que é uma inteligência artificial feita para o contexto da advocacia, consegue substituir plenamente o advogado.
Passo 6 – Implementação e monitoramento da estratégia processual
Tendo concluído a etapa criteriosa de análise humana das estratégias propostas pela IA no Passo 5, chegamos ao Passo 6, que é a fase de implementação da estratégia processual escolhida no tribunal e o monitoramento contínuo de sua efetividade ao longo do litígio.
Como litígios são bem dinâmicos, é possível utilizar inteligência artificial nesta fase submetendo atualizações sobre o processo, como ações da parte adversa e decisões preliminares do tribunal.
Mas o trabalho da IA não se encerra aqui. Caso esteja utilizando o JurisAI, é possível ter auxílio para escrever petições iniciais, contestações, notificações extrajudiciais, propostas de acordo e até mesmo planejar sustentação oral e perguntas em audiências!
Por isso é tão importante monitorar e retificar a estratégia processual sempre que necessário. Mas, claro, se mudanças excessivas que podem deixar tanto o cliente quanto o(a) advogado(a) sem norte.
Lembre-se que litígios são complicados, e que conectar-se com o cliente é fundamental até mesmo para negócios futuros e indicações, então sempre deixe o cliente ciente do que está acontecendo e adapte a linguagem jurídica de documentos, pareceres, decisões, notificações, etc, ao que seja entendível pelo público leigo.
O JurisAI consegue te auxiliar também nesta tarefa. Basta pedir que ele explique com uma linguagem simples para um cliente leigo o que quer dizer determinada informação, conceito ou texto!
Conclusão
O que temos na mão é a ferramenta mais poderosa hoje para acelerar a produtividade do advogado através desta união perfeita entre análise humana e inteligência artificial.
Recapitulamos como a tecnologia pode agilizar a compilação e interpretação de informações, sugerir caminhos baseados em vastas quantidades de dados, e auxiliar na minuciosa tarefa de desenhar procedimentos jurídicos.
Olhando para o futuro da advocacia, é claramente perceptível que a IA se consolidará como uma parceira indispensável, apoiando e potencializando o trabalho dos profissionais.
A tomada de decisões será cada vez mais informada e assertiva, com o respaldo de dados e prognósticos precisos oferecidos por sistemas especializados.
Portanto, mantenha-se atualizado com as tendências tecnológicas e aprenda a incorporar a IA como elemento fundamental de suas práticas cotidianas.
A inovação no direito não é apenas uma possibilidade; é o caminho para a excelência e a prestação de um serviço jurídico que atenda às demandas complexas da nossa era.
O advogado não será substituído pela inteligência artificial, mas sim por outro advogado que utiliza inteligência artificial.
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